Golpe Dos Nudes: Grupo Diz Que ‘Fatura Mais Que O Tráfico’

Uma ofensiva policial realizada nesta segunda-feira (29) resultou na detenção de 33 indivíduos suspeitos de fazer parte de uma organização criminosa envolvida em uma trama conhecida como "golpe dos nudes", que ocorreu simultaneamente nos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. 

Através das redes sociais, os golpistas ostentavam quantias significativas em dinheiro e veículos de luxo, alegando que esses ganhos eram provenientes das atividades ilícitas. A polícia descobriu que sete dos detidos já se encontravam em prisões.

Durante a investigação, foi encontrado um celular apreendido com um dos criminosos, onde ele mencionava manter contato com até 30 possíveis vítimas por dia.

Fala de suspeito de envolvimento em golpes dos nudes — Imagem: reprodução

As prisões ocorreram em diferentes localidades, incluindo Porto Alegre, Canoas, Cachoeirinha, Gravataí, Alvorada, Viamão, Tramandaí e Imbé, no Rio Grande do Sul, e Florianópolis, Ingleses e Carianos em Santa Catarina.

Desde o início das investigações, há quase um ano, foram efetuadas mais de 140 prisões somente no Rio Grande do Sul. Os suspeitos visavam empresários, médicos e até mesmo políticos. 

A investigação revelou a identidade de 80 vítimas do golpe em todo o país, sendo que uma única pessoa teria perdido uma quantia superior a R$ 100 mil. O montante total de prejuízos alcança a cifra de R$ 5 milhões.

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— CNN Brasil (@CNNBrasil) May 29, 2023

Vítimas desse golpe foram identificadas em diversos estados, como Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraíba, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo.

A organização criminosa está sob suspeita de envolvimento em delitos que incluem extorsão, corrupção de menores, tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e porte ilegal de armas de fogo.

Como Funciona O Golpe Do Nudes

Trata-se de um crime que envolve a exploração de usuários de redes sociais, especialmente homens mais velhos, por meio da extorsão após o envio de fotos íntimas, muitas vezes por parte de mulheres jovens.

Após a troca de mensagens, os golpistas se apresentam como parentes ou autoridades policiais, informando que a jovem em questão é menor de idade. Em seguida, tentam extorquir dinheiro das vítimas, ameaçando expô-las publicamente.

Troca de mensagens entre o grupo criminoso e uma vítima do golpe — Imagem: Reprodução

Os criminosos chegaram ao extremo de criar cenários falsos, simulando delegacias, onde filmavam a encenação do registro de supostos casos de pedofilia envolvendo as vítimas do golpe.

Descobriu-se a existência de delegacias fictícias da Polícia Civil em Novo Hamburgo, na Região Metropolitana de Porto Alegre.